Pintura no Reino Unido

Thomas Gainsborough: Jovem de azul (Retrato de Jonathan Buttall, 1770. Huntington Art Gallery

A pintura no Reino Unido inclui a pintura na Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do norte. A posição dominante que este país ocupa cultural e historicamente pôde ditar diretrizes estéticas.

A Irlanda foi continuamente atribulada por invasões estrangeiras e disputas entre os pequenos reinos que a compunham na Idade Média, até ser conquistada no tempo de Henrique VIII. Depois foi maciçamente colonizada por ingleses e escoceses, passou por uma sangrenta guerra civil, sofreu com o perene antagonismo à Inglaterra e com períodos de fome que dizimaram sua população, até que em meio a novos conflitos sofreu no século XX uma divisão que libertou a maior parte de seu território para um governo autônomo, enquanto permanecia ligada ao Reino Unido apenas sua fração norte, a Irlanda do Norte. Desta forma, salvo um período no século VII quando liderou a arte nas ilhas com uma importante escola de iluminuras, as condições para um florescimento artístico local foram sempre difíceis, embora ele tenha acontecido com algum vigor desde o século XVIII e hoje tenha muita consistência.

O País de Gales não teve uma história muito diferente. Ocupado por celtas, romanos e depois por normandos e tribos anglo-saxônicas, permaneceu fragmentário até 1284, quando o Estatuto de Rhuddlan determinou sua anexação à Inglaterra como um principado, confirmada por atos legais entre 1535 e 1542, que permaneceram vigorando até à década de 1950. Contudo, da mesma forma que a Irlanda, Gales experimentou um ciclo medieval de significativa atividade artística no terreno das iluminuras, produzindo algumas obras-primas como os Evangelhos de Lichfield. Somente no século XIX a educação começou a se generalizar, e o Romantismo de então favoreceu um revivalismo das tradições celtas, que foram objeto de recriações em pintura em outras formas de arte, principalmente por artistas ingleses. No final do século XX, com o desenvolvimento econômico e cultural, já se cultivava a pintura discretamente.

A Escócia deu uma contribuição significativa à pintura britânica além do período medieval, quando também ali se verificou um florescimento da arte da iluminura. Essa contribuição adicional em larga medida dependeu da instrução inglesa, e teria de esperar pelo menos até o século XV para tomar impulso, quando o patronato de Jaime III incentivou as artes locais. No século XVIII o chamado Iluminismo Escocês fortalece a cultura local, num período em que a Escócia se tornara um dos países mais alfabetizados da Europa. Surgem diversos pintores importantes - embora amiúde atraídos para Londres - e se formam em Glasgow e Edimburgo centros de cultivo consistente de pintura. No século XIX as condições sociais e culturais já possibilitavam a fundação de uma influente academia de arte e aparecem escolas locais de influência e com caráter próprio. No século XX a Escócia confirma sua segunda posição no ambiente cultural britânico, com muitas escolas de arte, museus importantes e inúmeros pintores praticantes.[1][2] Quanto à Inglaterra, sua história será abordada com mais detalhe ao longo do artigo.

Os mais antigos testemunhos de uma prática de pintura nas ilhas britânicas datam do século VII. Estes exemplos primitivos são encontrados, contudo, apenas em manuscritos, tratando-se das célebres iluminuras do cristianismo celta.[3] Ao longo da Idade Média, Renascimento e Barroco a maior parte dos pintores ativos na região são estrangeiros, e por isso em parte se justifica a afirmativa dos que consideram a pintura no Reino Unido como tendo nascido apenas no século XVIII, quando se formou importante escola de mestres locais.[4] Desde lá esta forma de arte no Reino desenvolveu-se em pé de igualdade com o que ocorria no restante da Europa e deu valiosas contribuições próprias à pintura do ocidente, onde hoje é uma das referências mais importantes.

  1. Scotland: Cultural profile
  2. Scotland Art. Visit Scotland: The official site of Scotland's national tourism organisation [1]
  3. «Irish Art: Christian Celtic Art. Encyclopedia Encarta». Consultado em 14 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 25 de janeiro de 2009 
  4. English Painting. Conservapedia. 15 Dec 2008

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